21 de fev. de 2016

O que é fotografar - Captar uma imagem com o coração

Às vezes temos que frear nosso carro e pararmos um pouco para pensar sobre tudo que fizemos ou deixamos de fazer. A vida sempre segue em frente e nos dá sempre oportunidade de um novo recomeço, não devemos ficar presos no passado e pensar que se tivesse jeito de voltar faria tudo diferente, o que foi feito está feito, ao passado pertence, sobra apenas lições, que cabe a nós decidir se levaremos a frente ou se erraremos de novo.
O presente é algo fabuloso, mas o presente é o que plantamos no passado, então se tivemos um bom início teremos um bom meio, mas se nosso início foi turvo teremos um presente não muito agradável e cabe a nós decidirmos se queremos isto para nosso futuro também, pois apesar de Deus ser o dono de nosso futuro ainda assim podemos ajudá-Lo a nos dar um futuro melhor.
Aproveitem cada instante da vida de vocês, façam com amor tudo que tem que fazer, lembro-me quando decidi que seria fotógrafo e fui atrás de meu sonho, sem dinheiro, sem apoio, sem conhecimento mas com o coração cheio de alegria pela escolha feita, lembro-me da minha primeira foto feita “profissionalmente” com minha fabulosa Yashica Mat com filme 120 kodak TriX Pan PB, e minha modelo foi minha mãe, coloquei-a diante da camera que estava em um tripé, ao lado duas sombrinhas improvisadas, pasmem eram duas sombrinhas infantis e coloquei dentro delas para rebater um tecido prata, e nas sombrinhas uma flash Frata 100 e outro flash Sumpak, dentro do peito um coração acelerado, será que ia dar certo? Filme PB ISO 125, velocidade 1/60, abertura f8, cabo do flash ligado à camera, olho, foco, peço atenção e clic, pronto fiz a foto.
Será que deu certo? Gravou a imagem? Coloquei o sincro em M ou X, meu Deus quanta informação, mas vamos lá, temos que revelar e ver no que deu, peço para minha mãe sair do quarto, pois onde fotografei também era meu laboratório PB, fecho a cortina, fecho a porta apago tudo e acendo apenas minha luz verde que quase não era notada de tão fraca para não velar o filme, coloco a camera em cima da mesa, com cuidado abro a tampa, localizo o filme, separo do papel que ficava atrás do filme e corto, sem seguida prendo o filme virgem novamente na camera, e pego o pedaço exposto e coloco dentro da bacia de revelador, contando mentalmente o tempo de revelação, 1, 2, 3...90s, em seguida mergulho o filme no banho interruptor, água com vinagre (ácido acético) e levo o filme para o fixador, mais 90s que parecem uma eternidade…
Terminado acendo a luz vermelha do quarto escuro e vejo que a imagem latente transformou-se em uma imagem negativa, levo para água corrente e lavo para retirar o restante dos resíduos quimicos, pronto está ali minha imagem negativa registrada e revelada, que felicidade consegui minha primeira imagem de verdade, mas ainda precisa ver a fotografia revelada em papel, ainda tinha mais uma etapa, então fui para meu ampliador, que era, mais uma vez pasmem, uma caixa de madeira preta com papel aluminio dentro e uma lampada branca leitosa com a marca raspada de 100W dentro, a lente era de uma camera fotográfica Ricoh 49mm f3,5, tudo construido por mim, eu sempre amei o que fiz e sempre me virei para chegar ao meus objetivos, coloquei o negativo dentro da caixa em uma pequena moldura de papelão que fiz para acondicioná-lo, fechei a caixa, apaguei a luz projetei a imagem para ver se estava no foco e marquei a área projetada.
Então acendi a luz vermelha para que eu pudesse pegar o papel fotográfico, kodak Ectalure D, tamanho 18x24 cm, coloquei com cuidado em cima da área marcada, preparei, acendi meu “ampliador”, 1, 2, 3, 4, 5s, pronto, agora pego o papel e mergulho no revelador, começo a mexer a bacia e ver o milagre da fotografia, a imagem latente transformando-se em imagem real, fabuloso, coração a mil, pronto revelação feita, banho no interruptor e banho no fixador, agora lavagem para retirar todos os residuos quimicos e ver a imagem fixada no papel, a emoção de escrever aqui agora tudo isto me faz ver como era lindo a magia da fotografia, ver este pedaço de papel com uma imagem ficou para sempre em minhas lembranças.
Porque escrevo isto? Bom meu sonho era tornar-me um fotógrafo, lutei por isso, perdi muita coisa nesta trajetória, perdi festa das minhas filhas, deixei de participar de festas de amigos e familiares para correr atrás de um sonho, e hoje sinto que a Graça de Deus está dentro de mim, que este dom que possuo deve ser compartilhado, deve ser doado, tenho muito amor no que faço, transmito com muito amor tudo o que sei, e faço isto com muito gosto. Deus me deu este dom e cabe a mim poder passá-lo para frente, tenho feito muito isto de forma gratuita em meu canal no YouTube e em meu blog, espero que mais pessoas possam ser como eu, independente de sua formação, profissão, que elas possam compartilhar um pouco do dom que Deus entrega de forma gratuita para nossas vidas, para que possamos enriquecer a vida de outras pessoas.
Amo fotografar, amo ensinar, amo a vida, amo minhas filhas e minha Hedi Lamar.

Este sou eu, sem máscaras, mentiras, sem nada, simplesmente eu.




Presente de minhas filhas que tanto amo, Laura e Ana Cecília

Primeira capa e matéria na revista Cult:

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