Às vezes temos
que frear nosso carro e pararmos um pouco para pensar sobre tudo que fizemos ou
deixamos de fazer. A vida sempre segue em frente e nos dá sempre oportunidade
de um novo recomeço, não devemos ficar presos no passado e pensar que se
tivesse jeito de voltar faria tudo diferente, o que foi feito está feito, ao passado
pertence, sobra apenas lições, que cabe a nós decidir se levaremos a frente ou
se erraremos de novo.
O presente é
algo fabuloso, mas o presente é o que plantamos no passado, então se tivemos um
bom início teremos um bom meio, mas se nosso início foi turvo teremos um
presente não muito agradável e cabe a nós decidirmos se queremos isto para
nosso futuro também, pois apesar de Deus ser o dono de nosso futuro ainda assim
podemos ajudá-Lo a nos dar um futuro melhor.
Aproveitem cada
instante da vida de vocês, façam com amor tudo que tem que fazer, lembro-me
quando decidi que seria fotógrafo e fui atrás de meu sonho, sem dinheiro, sem
apoio, sem conhecimento mas com o coração cheio de alegria pela escolha feita,
lembro-me da minha primeira foto feita “profissionalmente” com minha fabulosa
Yashica Mat com filme 120 kodak TriX Pan PB, e minha modelo foi minha mãe,
coloquei-a diante da camera que estava em um tripé, ao lado duas sombrinhas improvisadas,
pasmem eram duas sombrinhas infantis e coloquei dentro delas para rebater um
tecido prata, e nas sombrinhas uma flash Frata 100 e outro flash Sumpak, dentro
do peito um coração acelerado, será que ia dar certo? Filme PB ISO 125,
velocidade 1/60, abertura f8, cabo do flash ligado à camera, olho, foco, peço
atenção e clic, pronto fiz a foto.
Será que deu
certo? Gravou a imagem? Coloquei o sincro em M ou X, meu Deus quanta
informação, mas vamos lá, temos que revelar e ver no que deu, peço para minha
mãe sair do quarto, pois onde fotografei também era meu laboratório PB, fecho a
cortina, fecho a porta apago tudo e acendo apenas minha luz verde que quase não
era notada de tão fraca para não velar o filme, coloco a camera em cima da
mesa, com cuidado abro a tampa, localizo o filme, separo do papel que ficava
atrás do filme e corto, sem seguida prendo o filme virgem novamente na camera,
e pego o pedaço exposto e coloco dentro da bacia de revelador, contando
mentalmente o tempo de revelação, 1, 2, 3...90s, em seguida mergulho o filme no
banho interruptor, água com vinagre (ácido acético) e levo o filme para o
fixador, mais 90s que parecem uma eternidade…
Terminado
acendo a luz vermelha do quarto escuro e vejo que a imagem latente
transformou-se em uma imagem negativa, levo para água corrente e lavo para
retirar o restante dos resíduos quimicos, pronto está ali minha imagem negativa
registrada e revelada, que felicidade consegui minha primeira imagem de
verdade, mas ainda precisa ver a fotografia revelada em papel, ainda tinha mais
uma etapa, então fui para meu ampliador, que era, mais uma vez pasmem, uma
caixa de madeira preta com papel aluminio dentro e uma lampada branca leitosa
com a marca raspada de 100W dentro, a lente era de uma camera fotográfica Ricoh
49mm f3,5, tudo construido por mim, eu sempre amei o que fiz e sempre me virei
para chegar ao meus objetivos, coloquei o negativo dentro da caixa em uma
pequena moldura de papelão que fiz para acondicioná-lo, fechei a caixa, apaguei
a luz projetei a imagem para ver se estava no foco e marquei a área projetada.
Então acendi a
luz vermelha para que eu pudesse pegar o papel fotográfico, kodak Ectalure D,
tamanho 18x24 cm, coloquei com cuidado em cima da área marcada, preparei,
acendi meu “ampliador”, 1, 2, 3, 4, 5s, pronto, agora pego o papel e mergulho
no revelador, começo a mexer a bacia e ver o milagre da fotografia, a imagem
latente transformando-se em imagem real, fabuloso, coração a mil, pronto
revelação feita, banho no interruptor e banho no fixador, agora lavagem para
retirar todos os residuos quimicos e ver a imagem fixada no papel, a emoção de
escrever aqui agora tudo isto me faz ver como era lindo a magia da fotografia,
ver este pedaço de papel com uma imagem ficou para sempre em minhas lembranças.
Porque escrevo
isto? Bom meu sonho era tornar-me um fotógrafo, lutei por isso, perdi muita
coisa nesta trajetória, perdi festa das minhas filhas, deixei de participar de
festas de amigos e familiares para correr atrás de um sonho, e hoje sinto que a
Graça de Deus está dentro de mim, que este dom que possuo deve ser
compartilhado, deve ser doado, tenho muito amor no que faço, transmito com
muito amor tudo o que sei, e faço isto com muito gosto. Deus me deu este dom e
cabe a mim poder passá-lo para frente, tenho feito muito isto de forma gratuita
em meu canal no YouTube e em meu blog, espero que mais pessoas possam ser como
eu, independente de sua formação, profissão, que elas possam compartilhar um
pouco do dom que Deus entrega de forma gratuita para nossas vidas, para que
possamos enriquecer a vida de outras pessoas.
Amo fotografar,
amo ensinar, amo a vida, amo minhas filhas e minha Hedi Lamar.
Este sou eu,
sem máscaras, mentiras, sem nada, simplesmente eu.
Primeira capa e matéria na revista Cult:
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